Há 75 anos nascia o maior pugilista brasileiro de todos os tempos, e maior peso galo do mundo. Éder Zumbano Jofre nasceu no Peruche, bairro da cidade de São Paulo, em 26 de março de 1936. A família de sua mãe, os Zumbanos, já eram conhecidos boxeadores. Seu pai, conhecido como Kid Jofre, também foi um bom pugilista, e foi com quem Éder aprendeu a lutar.
Com 20 anos de idade, ainda como amador, Éder Jofre disputou os Jogos Olímpicos de Melboune, em 1956, quando estava invicto até então. Mas, em um treinamento, acabou quebrando o nariz, devido à má organização brasileira, e acabou por ser derrotado em sua segunda luta, nas quartas de final.
Um ano mais tarde, começou sua carreira profissional, na categoria peso galo. Em 1958 se tornou campeão brasileiro da categoria. Em 1960, foi campeão sul-americano no peso galo. Em agosto do mesmo ano, na eliminatória para o título mundial, Jofre venceu o mexicano Joe Medel. Após dez rounds, o Galinho de Ouro conseguiu o nocaute, naquela que é considerada por ele a luta mais difícil da carreira. Após três meses de incessantes treinamentos, chegou o grande dia. No Coliseu de Los Angeles, acompanhado por seu pai, mãe e amigos, contra o resto do ginásio, que estava todo a favor do mexicano Eloy Sánchez, Éder Jofre dominou os cinco primeiros rounds , e no sexto aplicou o cruzado de direita que determinou o nocaute e a glória inédita. Éder Jofre deu ao Brasil uma de suas maiores glórias: o título mundial dos galos, reconhecido mundialmente.
Manteve seu título até 1965, quando perdeu uma luta que valia o título para o japonês Masahiko "Fighting" Harada, em um resultado contestadíssimo, favorecendo demais o japonês. Em 1966, na luta que seria a revanche para Éder, novamente Harada foi favorecido pelos juízes, o que culminou na sua aposentadoria temporária. Essas duas foram as únicas derrotas em toda a carreira profissional do Galinho.
Como eu disse, sua aposentadoria foi temporária, já que ele não conseguiu viver sem o boxe, e voltou em 1969, agora na categoria peso pena. E em 1973, então com 37 anos, conquistou mais um título mundial, na luta contra o cubano naturalizado espanhol José Legra, sete anos mais jovem que o brasileiro, em uma luta dramática que durou 15 assaltos. Aposentou-se em 1976.
Éder Jofre lutou profissionalmente durante 19 anos (de 1957 a 1976). Fez 78 lutas, com 72 vitórias, 4 empates e apenas 2 derrotas, para Harada (e roubadas!). É até hoje reconhecido mundialmente como uma das lendas do boxe, um mestre, um monstro sagrado do esporte mundial, um mito conhecido em todos os lugares. Talvez o lugar em que ele é menos reconhecido, seja em seu próprio país, infelizmente.
Mesmo depois de abandonar o boxe profissional, Éder continuou a lutar em forma de exibição. Tornou-se também um político, ao ser eleito vereador de São Paulo em 1988 e 1992. Atualmente, Éder dá aulas de boxe em uma academia de classe média-alta de São Paulo, treinando modelos, atores, empresários, etc.. Éder Jofre é vegetariano desde 1956, conforme declarado no documentário A Carne é Fraca, produzido pelo Instituto Nina Rosa.
Cartel
- 78 lutas
- 72 vitórias
- 50 nocautes
- 4 empates
- 2 derrotas (os dois contestados combates contra Harada)
Conquistas
- Campeão da Forja de Campeões (amador) - 1953
- Campeão Brasileiro dos galos - 1958
- Campeão Sul-americano dos galos - 1960
- Campeão Mundial da AMB (Associação Mundial de Boxe) dos galos - 1960
- Campeão Unificado (títulos pelas federações americanas e européias) dos galos - 1962
- Campeão Mundial dos penas pelo CMB (Conselho Mundial de Boxe) - 1973
- Campeão
Prêmios e homenagens
- Melhor "peso galo" do mundo - 1963
- Melhor "peso galo" de todos os tempos Conselho Mundial de Boxe (CMB)
- Melhor na categoria de peso na América Latina - Imprensa da República Dominicana
- Pugilistas que defenderem com sucesso o seu cinturão nos galos ganham o "Troféu Eder Jofre".
- Indicado para o "Hall da Fama" do boxe - 1992.
- Nono melhor pugilista dos últimos cinqüenta anos - Revista norte-americana "The Ring" - 2002 (Ao lado de monstros do esporte como Sugar Ray Robinson, Muhammad Ali, Julio Cesar Chavez, Sugar Ray Leonard, Roberto Duran, Carlos Monzón)
- Citado no mangá japonês Hajime no Ippo pelo seu Upper '65 no estádio de Bantan no Japão, onde seu upper acertou o ar e fez um incrivel som.
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